segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Algumas Reflexões sobre Currículo e Educação das Relações Étnico-Raciais

"O currículo realmente é um instrumento político de poder e controle social sobre a produção do conhecimento. Ele transmite visões de mundo e reproduz valores que são responsáveis pela formação de identidades individuais e sociais. A escolha dos conteúdos curriculares seja conceituais, temáticos ou de valores morais passam por essas relações.
No cotidiano o que podemos constatar é que os currículos escolares continuam omitindo informações sobre a presença e participação dos negros na história do Brasil, pois isso é de interesse da classe dominante, haja visto que os alunos pretos ou pardos são ainda os que possuem os mais baixos rendimentos escolares. Observamos no cotidiano pouca atenção à valorização dos negros no currículo: os trabalhos propostos na escola que falam do povo africano estão restritos às comemorações de 13 de maio e 20 de novembro, e “não se fala mais nisso”. O negro e o mestiço se sentem inferiorizados neste ambiente escolar onde sua imagem é omitida ou mostrada de maneira negativa como falta de prestígio social e histórico.
Os livros didáticos tratam ainda de maneira superficial essas questões étnico-raciais e não há destaque do negro em cartazes em sala de aula.
Percebemos também, ainda que camuflados, o preconceito racial entre colegas e entre professores e alunos, através de valores morais explicitados nos olhares, gestos, apreciações e repreensões de condutas, aproximações e repulsas de afetos, legitimações e indiferenças em relação a atitudes, escolhas e preferências. Estes alunos negros e mestiços são submetidos dessa forma a uma violência simbólica em suas experiências escolares.
São questões pouco discutidas pelos professores nas escolas, geralmente. Essas questões são tratadas como se não existissem em nosso ambiente escolar. Silenciamos. Ou por não sabermos como tratá-las ou por sermos coniventes com a idéia de que o branco é realmente superior. Em geral, a escola tem dificuldade no trato com as diferenças, nossa mentalidade é ainda a mentalidade do colonizador".

Josué Geraldo Botura do Carmo, texto disponível em:

Algumas Reflexões sobre Currículo e Educação das Relações Étnico-Raciais

O currículo realmente é um instrumento político de poder e controle social sobre a produção do conhecimento. Ele transmite visões de mundo e reproduz valores que são responsáveis pela formação de identidades individuais e sociais. A escolha dos conteúdos curriculares seja conceituais, temáticos ou de valores morais passam por essas relações.
No cotidiano o que podemos constatar é que os currículos escolares continuam omitindo informações sobre a presença e participação dos negros na história do Brasil, pois isso é de interesse da classe dominante, haja visto que os alunos pretos ou pardos são ainda os que possuem os mais baixos rendimentos escolares. Observamos no cotidiano pouca atenção à valorização dos negros no currículo: os trabalhos propostos na escola que falam do povo africano estão restritos às comemorações de 13 de maio e 20 de novembro, e “não se fala mais nisso”. O negro e o mestiço se sentem inferiorizados neste ambiente escolar onde sua imagem é omitida ou mostrada de maneira negativa como falta de prestígio social e histórico.
Os livros didáticos tratam ainda de maneira superficial essas questões étnico-raciais e não há destaque do negro em cartazes em sala de aula.
Percebemos também, ainda que camuflados, o preconceito racial entre colegas e entre professores e alunos, através de valores morais explicitados nos olhares, gestos, apreciações e repreensões de condutas, aproximações e repulsas de afetos, legitimações e indiferenças em relação a atitudes, escolhas e preferências. Estes alunos negros e mestiços são submetidos dessa forma a uma violência simbólica em suas experiências escolares.
São questões pouco discutidas pelos professores nas escolas, geralmente. Essas questões são tratadas como se não existissem em nosso ambiente escolar. Silenciamos. Ou por não sabermos como tratá-las ou por sermos coniventes com a idéia de que o branco é realmente superior. Em geral, a escola tem dificuldade no trato com as diferenças, nossa mentalidade é ainda a mentalidade do colonizador.

Josué Geraldo Botura do Carmo, texto disponível em:

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Desafio

"Para que a escola consiga avançar na relação entre saberes escolares/realidade social/diversidade étnico-cultural é preciso que os (as) educadores (as) compreendam que o processo educacional também é formado por dimensões como a ética, as diferentes identidades, a diversidade, a sexualidade, a cultura, as relações raciais, entre outras. E trabalhar com essas dimensões não significa transformá-las em conteúdos escolares ou temas transversais, mas ter a sensibilidade para perceber como esses processos constituintes da nossa formação humana se manifestam na nossa vida e no próprio cotidiano escolar. Dessa maneira, poderemos construir coletivamente novas formas de convivência e de respeito entre professores, alunos e comunidade. É preciso que a escola se conscientize cada vez mais de que ela existe para atender a sociedade na qual está inserida e não aos órgãos governamentais ou aos desejos dos educadores". (GOMES in MUNANGA, 2005, P. 148)

Referência: MUNANGA, Kabengele (org.). Superando o Racismo na Escola. 2 ed. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Chegou mês de Novembro!!!

É... chegou novembro... e com ele, os anúncios de programações culturais especiais em alusão ao Dia da Consciência Negra (20 de novembro) no que se refere à música, dança, teatro, cinema, entre outros... Serão apresentações de capoeira, rodas de samba, filmes com temática racial, etc. etc. etc.


Qual o problema disso?

Nenhum. Se esta não fosse uma onda que nos acometesse somente em novembro. Depois que novembro passa, tudo isso fica para trás. Os teatros recorrem aos clássicos europeus, à música erudita, ps cinemas aos blockbusters, ou seja, tudo volta ao "normal".

Não tenho nada contra o mês de novembro resgatar Zumbi e outros heróis negros e heroínas negras, a luta contra a escravidão, a cultura afro-brasileira... Mas sou contrária a que nada disso fique... Em dezembro, março, junho, setembro, enfim, eu quero que nas escolas esses temas perpassem os conteúdos curriculares, afinal, já até há uma lei para tal, não é? Quero que os meios de comunicação tratem do racismo continuamente, pois isso é recorrente no cotidiano brasileiro. Quero que os cinemas, os teatros, os espetáculos de dança e música considerem a multiplicidade cultural do Brasil não somente quando quiserem mostrar o que é exótico, mas o que é belo, rico, sublime, plural. Cultura afro-brasileira é muito mais do que ritmo, batuque, samba, capoeira. E só o mês de novembro é pouco para mostrá-la em sua integridade com a justiça devida.

Viva a Consciência Negra! Mas em todos os meses do ano...

sábado, 13 de agosto de 2011

O perigo de uma única história

Nós, professoras e professores, temos uma grande responsabilidade (junto a outras instituições e atores sociais) em apresentar as várias versões e ângulos dos fatos. Ao falar de História do Brasil, usar a ótica do colonizador branco português, desqualifica o papel e importância do indígena e do negro. Começar a contar a História do Brasil pela colonização é excluir parte do legado indígena. Falar sobre o negro somente como escravo, como se ele fosse agente histórico somente enquanto mão-de-obra no Brasil Colônia é negar a África como berço da humanidade e da civilização, com suas inúmeras contribuições para as ciências, a tecnologia, a medicina, as artes, a cultura, a arquitetura, a agricultura, etc.

Recomendo assistir ao vídeo O perigo de uma única história, da escritora nigeriana Chimamanda Adichie:
Parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=O6mbjTEsD58
Parte 2: http://www.youtube.com/watch?v=SZuJ5O0p1Nc

terça-feira, 2 de agosto de 2011

terça-feira, 26 de julho de 2011

Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais

Segue link do Portal MEC para download da publicação Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Esta publicação traz a fundamentação teórica da Educação das Relações Étnico-Raciais, a Lei 10.639/03, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileiras e Africanas, considerando a Educação Infantil, o Ensino Fundamental, o Ensino Médio, a Educação de Jovens e Adultos, a Educação Quilombola e as Licenciaturas, trazendo, ainda, sugestões de atividades: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/orientacoes_etnicoraciais.pdf

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Letra da música África - Palavra Cantada

África Palavra Cantada




Quem não sabe onde é o Sudão

saberá

A Nigéria o Gabão

Ruanda

Quem não sabe onde fica o Senegal,

A Tanzânia e a Namíbia,

Guiné Bissau

Todo o povo do Japão

Saberá



De onde veio o

Leão de Judá

Alemanha e Canadá

Saberão

Toda a gente da Bahia

sabe já

De onde vem a melodia

Do ijexá

o sol nasce todo dia

Vem de lá



Entre o Oriente e ocidente

Onde fica?

Qual a origem de gente?

Onde fica?

África fica no meio do mapa do mundo do

atlas da vida

Áfricas ficam na África que fica lá e aqui

África ficará



Basta atravessar o mar

pra chegar

Onde cresce o Baobá

pra saber

Da floresta de Oxalá

E malê

Do deserto de Alah

Do ilê

Banto mulçumanagô

Yorubá

domingo, 26 de junho de 2011

Dica literária e vídeo

Livro: Bruna e a Galinha D'angola - Autora: Gercilga de Almeida - Editora Pallas

Vídeo - Livros Animados em: http://www.youtube.com/watch?v=eqvqBT41lWY&feature=related

domingo, 12 de junho de 2011

Meu artigo do curso de extensão COGEAE/PUC-SP 2009

ARTIGO – AS LEIS Nº 10.639/2003 E 11.645/2008 NA PERSPECTIVA DO (A) COORDENADOR (A) PEDAGÓGICO (A) ENQUANTO AGENTE NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES E PROFESSORAS NA REUNIÃO PEDAGÓGICA


“Para Vygotsky (1933/34), em suas práticas sociais, os sujeitos se engajam em atividades distintas e são essas atividades que propiciam oportunidades de desenvolvimento de si, dos outros e da sociedade” (LIBERALLI, 2008, p. 21).

Entendemos desse modo que quando há objetivos comuns em um grupo de pessoas, a atividade que elas põem em prática geralmente tem o mesmo sentido. No caso do ambiente escolar em que os professores tem como um de seus principais objetivos a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos, as ações e reflexões giram em torno do processo ensino-aprendizagem. O que ensinar? Como ensinar? Para quem ensinar? Por que ensinar? São algumas das questões que permeiam o cotidiano escolar.

No entanto, os professores não partem (e não o devem) de “achismos” para definir as respostas dessas perguntas tão importantes para a construção do Projeto Pedagógico da escola. Sendo a escola uma instituição, tem suas regras, seus códigos, enfim, atende a uma série de princípios teóricos, metodológicos, axiológicos e legais. Parte destes princípios encontra-se na Constituição Brasileira, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Parâmetros Curriculares Nacionais, Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, dentre outros.

À medida que reivindicações ou necessidades sociais e políticas passam a ser atendidas pela escola é de suma relevância uma tomada de consciência por parte de professores e gestores para que a educação oferecida adapte-se às mudanças e os direitos garantidos pela legislação sejam respeitados. Vivemos um momento em que duas leis alteraram a LDBEN, a de nº 10.639/2003, que obriga o ensino de História e Cultura Afro-Brasileiras e Africanas e a de nº 11.645/2008 que contempla a questão indígena. Os cursos de formação de professores, porém, ainda estão em fase de adaptação para o atendimento dessa nova demanda haja vista que a necessidade de abordar a diversidade étnico-racial nas escolas sempre existiu, mas só recentemente veio a ser obrigatória.

No caso dos professores que já atuam na Educação Básica, quais alternativas encontram para incorporar essa mudança à sua prática? Uma das possibilidades é a formação em serviço.

Sendo o coordenador pedagógico o responsável pela formação em serviço dos professores, nos momentos em que há mudança nas diretrizes e/ou legislação educacional, seu papel ganha uma dimensão extremamente significativa e fundamental para garantir que a escola consiga adaptar-se a esse movimento, sem que o professor perca seu referencial e autonomia em relação à sua atuação com as crianças. No caso das Leis Federais de n° 10.639/2009 e 11.645/2008, em que houve alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, acompanhada de grande polêmica social não somente nos meios educacionais, a importância da atuação do coordenador pedagógico é ainda mais delicada.

A Lei nº 10.639/2003 traz a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileiras e Africanas e a Lei nº 11.645/2008 complementa-a acrescida da temática da história e cultura indígenas.



“É tarefa de educadores e educadoras a reflexão sobre a realidade racial no Brasil, pois a escola tem papel social primordial: reproduz as concepções de educação e cultura presentes na sociedade, mas também as cria e transforma. A partir desse princípio, cabe a constante busca da resposta à pergunta: como a escola lida com a questão étnico-racial?” (Silva, 2008, p. 29).



Nesse sentido, temos de retomar que para além da formação inicial do professor, Magistério, Pedagogia, Licenciaturas e Bacharelados em geral e as especializações acadêmicas que buscam ao longo da carreira, a escola propicia um espaço de suma relevância para a sua formação em serviço, a educação continuada que, segundo Christov, “traz uma crítica a termos utilizados anteriormente tais como: treinamento, capacitação, reciclagem, que não privilegiavam a construção da autonomia intelectual do professor, uma vez que se baseavam em propostas previamente elaboradas a serem apresentadas aos professores para que as implementassem em sala de aula”. (2008, p. 9). Para a autora, trata-se de uma das funções essenciais do coordenador pedagógico, tem como natureza o saber e o fazer humanos “como práticas que se transformam constantemente. A realidade muda e o saber que construímos sobre ela precisa ser revisto e ampliado sempre. Dessa forma, um programa de educação continuada se faz necessário para atualizarmos nossos conhecimentos, principalmente para analisarmos as mudanças que ocorrem em nossa prática, bem como para atribuirmos direções esperadas a essas mudanças” (idem, p. 10, 2008).

Nessa perspectiva, o principal momento que o coordenador pedagógico tem com o conjunto de professores para viabilizar ações pertinentes à educação continuada na rede privada ou pública é o da Reunião Pedagógica.



“Estamos cientes de que precisamos construir novas bases para pensar e para intervir nas escolas. Essa construção tem no professor coordenador um agente fundamental para garantir que os momentos de encontro na escola sejam proveitosos. É fundamental, ainda, a reorganização do tempo/espaço escolar, uma vez que experiências comprovam a importância de contarmos com o mínimo de duas horas e meia-relógio por semana para reflexões coletivas” (CHRISTOV, 2008, p. 12).



Por essa perspectiva, entendemos que a escola pode oferecer um espaço significativo para a formação contínua dos professores através da reunião pedagógica. “No entanto, para um efetivo trabalho de formação é essencial que haja uma necessidade assumida, de modo a gerar uma razão para o agir, para mover os professores a participarem ativamente desses encontros” (LIBERALI e SHIMOURA, 2006, p. 256). Para Liberali é importante que haja uma necessidade levantada da experiência prática da escola para o convencimento dos professores mediante sua conscientização da importância e utilidade dessas reuniões para sua formação profissional.

Um ponto de grande importância é um trabalho de formação estruturado pelo coordenador pedagógico de modo que os professores também tenham voz. Liberali aponta que os quatro tipos mais comuns de reunião pedagógica são: 1. Reunião utilitária; 2. Reunião de enfoque teórico; 3. Reunião de enfoque prático e 4. Reunião de apresentação de resultados. Na proposta que apresentamos referente à formação dos professores no que tange às leis 10.639/2003 e 11.645/2008, um conjunto de reuniões de enfoque teórico e de enfoque prático faz-se necessário para que a teoria seja apresentada e/ou discutida sem perder o foco que é prática em sala de aula com alunos reais, permitindo assim que as características da Unidade Escolar e sua população usuária sejam respeitadas.

Nesta proposta, elaboramos um conjunto de quatro reuniões pedagógicas para dar início ao trabalho formativo, considerando uma “Nutrição Literária”, ou seja, uma leitura de gênero diverso para dar início, como fábulas, lendas ou contos indígenas ou africanos. Na primeira reunião, propomos a exibição do vídeo “Vista Minha Pele”, de Joel Zito Araújo para sensibilização, reflexão e discussão. É o momento, também, para levantar o que os professores compreendem de conceitos fundamentais à proposta, como racismo, preconceito e discriminação. Esse levantamento pode ser estendido a uma roda de conversa para socialização de como é trabalhada a questão da diversidade étnico-racial em cada grupo classe e como são as relações interpessoais considerando tanto as crianças como os adultos: há uma boa convivência com as diferenças? Há conflitos? De que tipo? Como são resolvidos?

Na segunda reunião pedagógica, propomos um caráter mais teórico. A partir de uma síntese do livro “Do Silêncio do Lar ao Silêncio Escolar: racismo, preconceito e discriminação na Educação Infantil”, de Eliane Cavalleiro, realizar uma leitura compartilhada com o grupo de professores buscando fomentar uma discussão relacionada ao levantamento das concepções de alguns conceitos e de como se dá o trabalho com a diversidade étnico-racial em sala de aula feito na primeira reunião.

Na terceira reunião pedagógica, a proposta é de discutir diversidade étnico-racial nos materiais didáticos, pesquisando o acervo da escola e os recursos que são utilizados pelos professores para trabalhar com o tema. É o momento de apresentar ao grupo, os materiais e/ou recursos que a escola possui, mas porventura não sejam utilizados, como filmes, músicas, livros didáticos ou paradidáticos, publicações institucionais, como as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileiras e Africanas, do MEC, o texto das leis 10.639/2003 e 11.465/2008, dentre outros.

Na quarta reunião pedagógica, para concluir a proposta oferecendo possibilidades aos professores de atuarem de maneira mais autônoma e manter o trabalho com o tema diversidade étnico-racial, a intenção é de que em pequenos grupos, elaborem atividades e sequências didáticas de acordo com a série ou ciclo em que atuam e depois, coletivamente, planejem as linhas gerais de um plano de ação ou projeto da escola para que haja continuidade nas reflexões e seja garantido às crianças o direito de conhecer e estudar a História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, conforme rege a lei.


REFERÊNCIAS



BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileiras e Africanas. Brasília, 2004: Conselho Nacional de Educação.



_______. Lei Federal n° 10.639/03 in Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996.



_______. Lei Federal n° 11.645/08 in Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996.



_______. Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Brasília, 2006: Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, Ministério da Educação.



CAVALLEIRO, Eliane. Do Silêncio do Lar ao Silêncio Escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação infantil. Dissertação de Mestrado da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. São Paulo, 1998.



CHRISTOV, Luiza Helena da Silva. Educação Continuada: função essencial do coordenador pedagógico in O Coordenador Pedagógico e a Educação Continuada. Ana Archangelo Guimarães et alli. São Paulo, 2008: Loyola.



LIBERALI, Fernanda Coelho e SHIMOURA, Alzira da Silva. Material Didático para Construção da Formação Crítica: alguns passos para a realização da reunião pedagógica. São Paulo, 2006.



_______________________. Formação Crítica de Educadores: questões fundamentais. São Paulo, 2008: Cabral.



SILVA, Regina Maria da. Pedagogia do Silêncio: os entraves à implementação da Lei Federal 10.639/2003 em uma escola de Ensino Fundamental I de Santo André. Monografia da Especialização em Magistério do Ensino Superior da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 2009.

Dica de livro

http://www.dobrasdaleitura.com/vitrine/letrafalante/200805eg.html

Falando Banto, de Eneida Gaspar

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Algumas obras de Heloísa Pires Lima

  • A Semente que veio da África
  • Histórias da Preta
  • O Marimbondo do Quilombo
  • Lendas da África Moderna
  • Benjamim: O Filho da Felicidade
  • O Espelho Dourado
  • Toques do Griô - Memórias sobre Contadores de Histórias Africanas

domingo, 5 de junho de 2011

Referências bibliográficas importantes

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileiras e Africanas. Brasília, 2004: Conselho Nacional de Educação.




_______. Lei Federal n° 10.639/03 in Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996.



_______. Lei Federal n° 11.645/08 in Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996.



_______. Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Brasília, 2006: Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, Ministério da Educação.



CAVALLEIRO, Eliane. Do Silêncio do Lar ao Silêncio Escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação infantil. Dissertação de Mestrado da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. São Paulo, 1998.



SILVA, Regina Maria da. Pedagogia do Silêncio: os entraves à implementação da Lei Federal 10.639/2003 em uma escola de Ensino Fundamental I de Santo André. Monografia da Especialização em Magistério do Ensino Superior da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 2009.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Relato de prática - 2

Quero prosseguir o relato referente à uma sequência de trabalho sobre Educação e Relações Raciais feita com uma turma de 4º ano do Ensino Fundamental.
Após a exibição do vídeo Vista minha pele, de Joel Zito Araújo, demos início a uma discussão partindo das impressões das crianças sobre o que assistiram. Como relatei na postagem anterior, uma das alunas questionou o fato de ter muitos negros no filme. Ao mesmo tempo em que respondi com outra pergunta, questionando qual o problema... Percebi que o grupo ficou meio receoso de manifestar-se quanto a isso, mas aos poucos, consegui deixá-los à vontade. Muitas colocações foram feitas pelas crianças e percebi que elas realmente tinham ficado um pouco indignadas com o que julgaram, talvez, um excesso de negros na tela. Sem contar que percebi que a personagem Sueli (uma espécie de vilãzinha, interpretada por uma atriz negra) realmente conseguiu irritá-los! Houve até alguns comentários do tipo "feia é ela", pois esta Sueli passou a história toda perseguindo e maltratando a personagem Maria.
Bom, uma ideia que eu fiz questão de deixar clara foi a do propósito de discutir como se dá a relação de brancos e negros em nossa sociedade com um filme que mostrava a realidade às avessas. Perguntei às crianças sobre as hipóteses que elas tinham formado relacionando o que assistiram e com o título da história: Vista Minha Pele. Depois de algumas suposições, uma das alunas disse que entendeu que a intenção do diretor era de que as pessoas brancas sentissem o mesmo que os negros sentem. A discussão foi sendo alimentada com outros elementos e outros fatos do cotidiano e foi curioso que algumas crianças contaram sobre episódios de racismo que presenciaram. Um dos alunos contou que a avó "não gostava de negros" e que costumava dizer que "eles não prestavam". Expliquei a eles que racismo era crime previsto em lei. Ficaram surpresos, pois não tinham noção de que era algo tão sério.
Uma coisa impressionante foi que nesta turma também tinha alunos negros (em sua maioria, filhos de relacionamentos interraciais), porém, notei que estes se consideravam brancos ou "morenos", falavam de negros sem se incluir nesta categoria.
Uma proposta que julguei interessante para a sequência foi a de análise da programação da TV com foco em perceber se negros e brancos apareciam com a mesma frequência e em quais tipos de situações. Enquanto eu explicava a atividade, alguns alunos lembraram de novelas em que apareciam atores ou atrizes negr@s, porém, nos exemplos que eles deram, havia algo em comum: eram tramas de época (ou seja, havia um número considerável de negros representando escravos).
Em breve, relatarei um pouco de como foi o retorno dessa tarefa...

domingo, 29 de maio de 2011

Relato de prática - 1

Era o ano de 2005 em uma escola pública municipal de Santo André em que eu trabalhava com uma turma de 2º ciclo inicial (atualmente, 4º ano do Ensino Fundamental) e uma coisa me incomodava naquele grupo de crianças... quase todo mundo tinha apelido e o detestava... Por ser o mais alto, por ser o mais baixo, por ser mais educado (???), enfim, toda a diferença provocava um desconforto, um conflito...
Eu assumi esse grupo no último dia do 1º bimestre, era uma escola que não tinha tantos alunos negros e não tinha nenhuma professora negra... Aquele ar de estranhamento inicial dos pais e até dos alunos já era esperado, mas foi um ano muito proveitoso para ambos.
Mas aquela "dificuldade" em lidar com a diferença, com o diverso, ainda me incomodava... Então senti a necessidade de fazer algo além de conversar e conversar. Um projeto interdisciplinar! Foi o início da ideia de Igualdade na Diversidade.
Vou relatar aos poucos e, não necessariamente, em ordem cronológica algumas atividades que fizeram parte deste projeto:
§ Vídeo: Vista minha pele, Joel Zito Araújo - esse vídeo é muito interessante para iniciar uma discussão em sala de aula e, ao mesmo tempo, de maneira sublime, espeta o dedo na ferida. Ao narrar um episódio que poderia ser corriqueiro na vida de um@ pré-adolescente negr@ (participar de um concurso escolar, no caso, o Miss Festa Junina, mas que poderia ser a Miss Primavera, ou qualquer outro) e as implicações internas (autoestima, autoaceitação, autoconfiança), entre os colegas e na família, o vídeo possibilita que se discuta sobre o processo de" integração" do negro na sociedade de classes e o racismo na atualidade. Sério? Sim, dá sim! E partindo de situações bem cotidianas e fáceis de tranpor para um panorama mais amplo. A história tem como pano de fundo, um contexto bem inusitado: as relações raciais estão invertidas - o Brasil tem como classe dominante, os negros, que escravizaram os brancos africanos séculos atrás e estes ainda se encontravam em situação social muito desfavorável, povoando as favelas e totalmente fora dos meios de comunicação. A televisão mostrava lindos artistas negros e negras, que a sonhadora Maria (aluna branca e pobre, bolsista em colégio particular repleto de estudantes negr@s, que não consegue ser aceita pela turma, filha de uma faxineira do colégio) tenta imitar. Faz tranças em seus cabelos loiros e acaba sendo motitvo de chacota, pois seu "cabelo mole" não tem jeito... (http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdefilmes/1927430)
Bom... voltando à minha sala de aula... Exibi o vídeo como atividade disparadora e sem antecipar nada. Quando o filme terminou, silêncio! "E então, o que vocês acharam?" Mais silêncio... Até que uma aluna perguntou, direta e um tanto indignada: "Professora, porque só tem preto nesse filme?" A turma quase veio abaixo.... "Fulana, não pode falar assim... e etc. etc. etc." Em primeiro lugar, eu disse que não havia nenhum problema em falar assim, não era um xingamento ou uma ofensa, mas que geralmente usamos o termo "negros". Em segundo lugar, fiz uma pergunta: "Mas qual o problema de ter mais negros do que brancos em um filme?"

Quer saber mais? A segunda parte deste relato virá em breve...

terça-feira, 17 de maio de 2011

Link para matéria da Revista Nova Escola - Educação das Relações Raciais na Educação Infantil

Acesse o link: href="http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/nao-ao-preconceito-422890.shtml?page=0">

domingo, 15 de maio de 2011

Lista de obras infanto-juvenis de Rogério Andrade Barbosa (educação das relações raciais)

Conheço várias delas e você? Que tal lê-las para os seus alunos?
CONTOS DE ITAPARICA - Editora SM - 2010
EM ANGOLA TEM? NO BRASIL TAMBÉM! - Editora FTD - 2010
JAMBO! UMA MANHÃ COM OS BICHOS DA ÁFRICA - Editora Melhoramentos - 2010
A CAIXA DOS SEGREDOS - Editora Record - 2010
KALAHARI - uma aventura no deserto africano - ED. Melhoramentos - 2009
COLEÇÃO CLUBE DOS SEGREDOS (volumes 1 e 2) - Ed. Record - RJ - 2009
PIGMEUS, OS DEFENSORES DA FLORESTA - Ed. DCL - SP - 2009
CONTOS AFRICANOS DE ADIVINHAÇÃO - Ed. Paulinas - SP - 2009
O PROTETOR DA NATUREZA (peça teatral) - Ed Larousse - SP - 2009
PRA LÁ DE MARRAKESH - Ed. FTD - SP - 2009
HISTÓRIAS QUE NOS CONTARAM EM ANGOLA - Ed. FTD - SP - 2009
O MENINO QUE SONHAVA TRANSFORMAR O MUNDO - Ed. PALLAS - RJ - 2009
ERA UMA VEZ À MEIA- NOITE... - Ed. Record - RJ - 2009
BICHOS DA ÁFRICA (Lendas e Fábulas) - Volume I, II, III e IV - Ed. Melhoramentos - SP - l987/88 - Finalista Prêmio Jabuti – 1998. Prêmio Jabuti (Melhor Ilustração, 1988) / Altamente Recomendável Para Crianças/ FNLIJ - 1988. WHITE RAVENS (Acervo da Biblioteca Infantil de Munique – Alemanha). Traduzido e publicado na Alemanha, Argentina, México e Estados Unidos.
CONTOS AO REDOR DA FOGUEIRA - Ed. AGIR - RJ - 1990 - Altamente Recomendável Para Jovens / FNLIJ- 1989.
O ANEL DE TUTÂNCAMON - Ed. Melhoramentos - SP - 1991.
NA TERRA DOS GORILAS - Ed Melhoramentos - SP - 1992.
RÔMULO E JÚLIA (Os Caras-Pintadas) - Ed. FTD - SP - 1993 - Altamente Recomendável Para Jovens/ FNLIJ- 1993. Catálogo da Feira de Bolonha/FNLIJ, 1994.
O ENIGMA DOS CHIMPANZÉS - Ed. Saraiva - SP – 2005 (reedição atualizada).
OS SEGREDOS DA MÚMIA DO GELO - Ed. FTD - SP - 1995.
SUNDJATA, O PRÍNCIPE LEÃO - Ed. AGIR - RJ - 1995 - Melhor Estória Para Ser Contada ( Bibl. Bras. Lit. Inf. Juv. - SP - 1995. Altamente Recomendável Para Jovens/FNLIJ – 1995. Catálogo da Feira de Bolonha/FNLIJ, 1996.
LUTANDO POR DIREITOS - Ed. Melhoramentos - SP - 1995.
VIVA O BOI BUMBÁ! - Ed. AGIR - 1996 - Altamente Recomendável Para Crianças/ FNLIJ - 1996. Catálogo da Feira de Bolonha/ FNLIJ, 1997. Selecionado para o acervo do PNBE( Programa Nacional Biblioteca da Escola) – 1999.
SOS TARTARUGAS MARINHAS - Ed. Melhoramentos - SP - 1996. / Catálogo da Feira de Bolonha/FNLIJ, 1997.
A MALDIÇÃO DAS INSCRIÇÕES NA PEDRA DA GÁVEA - Ed. FTD - SP - 1997.
O PERIGO MORA NAS RUAS - Ed. FTD - SP - 1998.
A TATUAGEM - Ediouro - RJ - 1998. / Acervo Básico - FNLIJ - 1999.
O CASACO NEGRO - Ed. Melhoramentos - SP - 1998. / Catálogo da Feira de Bolonha/FNLI. / Acervo Básico - FNLIJ - 1999.
SANGUE DE ÍNDIO - Ed. Melhoramentos - SP - 1999. / Catálogo da Feira de Bolonha/FNLIJ, 2000 / Acervo Básico – FNLIJ – 2000.
MAPINGUARI, O DEVORADOR DE CABEÇAS - Ed. FTD - SP – 1999.
UM SOPRO DE ESPERANÇA – Ed. Saraiva - SP – 1999.
DUULA, A MULHER CANIBAL - Ed. DCL - SP – 2000 . Finalista Prêmio Jabuti de Ilustração 2000. Altamente Recomendável para Crianças /FNLIJ / 2000. Catálogo da Feira de Bolonha/FNLIJ/2001. White Ravens ( Acervo da Biblioteca Infantil de Munique/2001. PNLD/2001( FNDE-MEC). LISTA DE HONRA DO IBBY, 2002 – Suíça.
O VELHO, A CARRANCA E O RIO – Ed. Melhoramentos – SP – 2000 . Catálogo de Bolonha FNLIJ/2001. Acervo Básico da – FNLIJ – 2001.
A CARTA DO PIRATA FRANCÊS – Ed. Saraiva – SP – 2000.
NA TRILHA DO MAMUTE – Ed. Saraiva – SP – 2001. Acervo Básico / FNLIJ / 2002.
HISTÓRIAS AFRICANAS PARA CONTAR E RECONTAR – Ed. Do Brasil – SP – 2001. Altamente Recomendável Reconto / FNLIJ/ 2001. Catálogo da Feira de Bolonha FNLIJ 2002. (PNBE – 2006).
O FILHO DO VENTO – ED. DCL – SP – 2001. Altamente Recomendável Reconto/ FNLIJ 2001. Catálogo da Feira de Bolonha / FNLIJ/ 20. (Traduzido para o espanhol: Secretaria da Educação do México)).
“CIRANDA DO RIO SÃO FRANCISCO” – 4 VOLUMES: A SEREIA DOS CABELOS DE OURO / O MENINO E O CABOCLO D’ÁGUA / A BORDADEIRA DE HISTÓRIAS / ROMÃOZINHO – EDF. FTD – SP – 2002 / Catálogo de Bolonha, 2003.
COMO AS HISTÓRIAS SE ESPALHARAM PELO MUNDO – Ed. DCL – SP – 2002. Altamente Recomendável Reconto/FNLIJ/2002/Catálogo de Bolonha/2003. Finalista do Prêmio Jabuti de Ilustração.
RIO ACIMA, MAR ABAIXO – Ed. Melhoramentos – SP – 2002 / Catálogo de Bolonha/2003.
O MENSAGEIRO ALADO – Ed. Saraiva - SP – 2003 ( Acervo Básico – FNLIJ 2003).
LENDAS E FÁBULAS DOS BICHOS DE NOSSA AMÉRICA – Ed. Melhoramentos – SP – 2003 (Traduzido para o espanhol Secret. Educação do México 2003/ Altamente Recomendável Reconto – FNLIJ 2003).
O REI DO MAMULENGO – Ed. FTD – SP – 2003 ( Altamente Recomendável para Crianças – FNLIJ 2003).
CONTOS AFRICANOS PARA CRIANÇAS BRASILEIRAS – Paulinas – SP – 2004 ( PNLD 2005 –SP). Altamente Recomendável Reconto/FNLIJ/2004. Prêmio da Academia Brasileira de Letras de 2005.
TRÊS CONTOS DA SABEDORIA POPULAR – Scipione – SP – 2005 / Altamente Recomendável para Crianças/ 2005. Catálogo de Bolonha, 2006.
O BOI DE MAMÃO – Ed. FTD – SP – 2005 / Altamente Recomendável para Crianças/FNLIJ/2005. Catálogo de Bolonha, 2006.
CONTOS DE ENCANTOS, SEDUÇÕES E OUTROS QUEBRANTOS – Ed. Bertrand – RJ – 2005/ Altamente Recomendável Reconto/FNLIJ/2005. Catálogo de Bolonha, 2006. (PNBE – 2006).
O QUE É QUALIDADE EM LITERATURA INFANTIL e JUVENIL (coletânea) – Ed. DCL – SP – 2005/Catálogo da Feira de Bolonha, 2006.
OS AMANTES DO LAGO ROTORUA – Ed. SM – SP – 2005/ Catálogo de Bolonha, 2006.
AI DE TI, TIETÊ – Ed. DCL – SP – 2005/ Catálogo de Bolonha, 2006.
O TESOURO DE OLINDA – Ed. Melhoramentos – SP – 2005 (reedição atualizada) / Catálogo de Bolonha, 2006. ( PNBE - 2006).
OS IRMÃOS ZULUS – Ed. Larousse - 2006 - SP – 2006/ Catálogo de Bolonha, 2007.
NYANGARA SHENA – Ed. Scipione – SP – 2006./ Catálogo de Bolonha, 2007.
OS GÊMEOS DO TAMBOR – Ed. DCL. – SP – 2006. Altamente Recomendável Reconto/ Catálogo de Bolonha, 2007. (PNBE 2007).
NAS ASAS DA LIBERDADE – Editora Biruta – SP -2006 / Catálogo de Bolonha, 2007.
O SENHOR DOS PÁSSAROS – Ed. Melhoramentos – SP – 2007 / Catálogo de Bolonha, 2007.
OUTROS CONTOS AFRICANOS – Ed. Paulinas – 2007 / Catálogo de Bolonha, 2007.
O GUARDIÃO DA FOLIA – Ed. FTD – SP – 2007.
A VINGANÇA DO FALCÃO – Brinque-Book – SP – 2007 (reedição atualizada).
UMA IDÉIA LUMINOSA – Ed. Pallas – RJ – 2007.
OS TRÊS PRESENTES MÁGICOS – Ed. Record – 2007. (PNBE – 2007).
ABC DO CONTINENTE AFRICANO – SM - SP - 2007. - Larousse – SP – 2007.
NÃO CHORE AINDA NÃO – Editora Larousse – SP – 2007.
O SEGREDO DAS TRANÇAS E OUTRAS HISTÓRIAS AFRICANAS – Ed. Scipione - SP - 2008.
A CAIXA DOS SEGREDOS – Record – RJ – 2008.
MEU PRIMEIRO AMOR – Ed. DCL – SP – 2008.
A VIAGEM DE SHAOZU – ED. Melhoramentos – SP – 2008.
Disponível em: www.rogerioandradebarbosa.com

sábado, 14 de maio de 2011

2ª aula do Curso - Kilombagem (História e Cultura Afro-Brasileiras e Africanas)

É fundamental conhecer a África em sua complexidade, suas contradições, mediante sua própria diversidade, enfim, é um continente de grande extensão e, com certeza, não há possibilidade de qualquer generalização!
A partir de uma "tempestade de ideias" (brainstorm), vemos que aparecem muitas referências à parte cultural da África, mas também ao aspecto da resistência. No caso de hoje, na aula sobre Introdução aos estudos das civilizações africanas", um público de professores, militantes e outros, porém, todos dedicados a compreender mais sobre esse continente e sua história, todas as referências à África foram positivas: cultura, arte, ancestralidade, raízes. Contudo, sabemos que em qualquer outro contexto, as respostas à pergunta "O que a África lhe remete?" seriam: doença, fome, guerra, etc.
POR QUÊ???
Há um conjunto de fatores que não podem ser dissociados: formação de estereótipos por falta de informação e conhecimento, deturpação dos meios de comunicação, lacunas graves no ensino (atividades pontuais no 13 de maio e 20 de novembro), gerando a falsa compreensão de que tanto a História da África como a do Brasil tiveram início a partir do colonialismo do século XVI e que os negros só exerceram o papel de escravos subjugados. Interessa a quem mantém o status quo que um continente que possui cerca de 38 dos 45 recursos básicos para a manutenção do capitalismo seja protagonista de sua história? Ou é melhor que este continente tenha sua população coisificada, destituída de subjetividade e intelectualidade e diminuída à resolução de seu caos social: as guerras internas(financiadas por quem?), a fome, a péssima distribuição de renda, o assalto aos seus recursos naturais, a difusão de doenças... Entretanto, algumas fontes de desinformação agem com uma intencionalidade. Ou seja, essa deturpação, ocultação e alienação de fatos históricos importantes e contextualizados atendem a interesses bem demarcados. Em alguns momentos servem para justificar algumas ações, como o caso da desqualificação dos africanos como sujeitos históricos, como seres humanos, até... O colonialismo aliado à Igreja Católica justificou a dizimação de indígenas e africanos: povo sem alma, atrasado... E a Ciência corroborou!
Contudo, não podemos cair nas armadilhas, continuar ignorando a "África verdadeira" (Moore)e acreditar que a África (ou as Áfricas)reduz-se à música, à dança, à alegria. Como em todo lugar, o conflito se faz presente! Assim como as complexidades epistemológicas (muito bem explicado pelo professor Deivison). Se a cultura é viva, sendo continuamente reconstruída e ressignificada de acordo com os múltiplos contextos, faz-se urgente propor o enfrentamento entre a África Maldita (a dos estereótipos das guerras, da fome, da AIDS) e a África Perfeita (a dos estereótipos das danças, músicas, rituais) - pois nenhuma das duas existe. Pra deixar bem explícito: tudo isso está presente, porém, nem só uma coisa, nem só outra, mas a complexidade, o conflito, a convivência da razão,da emoção,do lúdico,da tecnologia,da oralidade,do conhecimento científico,enfim, o início da civilização humana se deu na África, logo, as contradições humanas estão presentes com grande força não sendo possível fazer generalizações.
As dificuldades no estudo da África devem-se também à grande extensão do continente, à diversidade decorrente disso no que se refere ao clima, vegetação, flora, fauna, topografia,modo de ocupação e organização social, só pra citar alguns exemplos. Além do que, por ser o continente africano o verdadeiro berço da humanidade (o primeiro Homo sapiens sapiens foi encontrado lá) há uma margem de tempo histórico muito maior pra ser desvelado e contado. É verdade! A história nesse continente realmente não começou quando os europeus pisaram lá (só pra ficar bem claro!)...
Sei que é difícil pensar: como vou usar o conhecimento que estou construindo sobre a História da África para os meus alunos?
Seja como for, é preciso ampliar os horizontes dos nossos alunos. Sem medo! Não dá pra esperar que alguém faça por nós! Um começo pode ser o de diagnosticar quais são os conhecimentos que eles tem construídos sobre a África... Não é isso que as correntes pedagógicas apontam? Necessidade de partir dos conhecimentos prévios dos alunos para construir novos? Então, é um caminho que pode ser trilhado e, a partir desse primeiro levantamento, é possível traçar um planejamento para construção e reconstrução de saberes. Mas nós, professores, teremos que manter esse movimento de aprender mais sobre o continente africano, sobre nossa própria história, aliás. Esse vai ser o catalizador das mudanças nos espaços escolares e com as nossas experiências é que vamos aprender como fazer. Não há receita! Deve haver compromisso e iniciativa!
Nos próximos dias, vou relatar algumas experiências que tive com alunos do Ensino Fundamental I. Não são experiências-modelo, foram iniciativas que deram resultado e serviram, inclusive, para que além dos meus alunos, eu mesma aprendesse sobre a minha prática de ser professora (com os erros, os acertos) e firmasse comigo mesma o compromisso de não esperar que a mudança venha de cima ou de fora. Mas de fazê-la acontecer!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Lei 10.639/03 (Lei 11.645/08) - avanços e retrocessos

(Registro feito a partir da aula inaugural do II Curso Negro Kilombagem (História e Cultura Afro-Brasileiras e Africanas):

Muit@s professor@s até tem a prática de desenvolver trabalhos de combate ao preconceito, à discriminação e ao racismo, porém, há um obstáculo para que esta iniciativa ganhe uma dimensão mais significativa. Muitas dessas ações se dão a partir de projetos individuais para uma classe em um determinado período do ano letivo. Com o término do projeto ou mesmo com a mudança de escola dess@ professor@, todo um trabalho construído se perde (ou vai embora com "aquel@ iluminad@" para outra Unidade Escolar), pois não há iniciativas da gestão da escola para a institucionalização da lei, nem envolvimento do restante do corpo docente, até por acreditarem que em sua turma essa proposta não se faz necessária. Por incrível que pareça, há quem acredite que só quem tem alun@s negr@s precisa realizar algum tipo de trabalho sobre igualdade racial ou mesmo que @s professor@s negr@s é quem devem "levantar essa bandeira".
A lei veio para estabelecer a obrigatoriedade da temática pela instituição escolar (com o apoio das Secretarias Municipais e Estaduais de Educação), não pel@ profess@r, com o objetivo de trazer a história e a cultura afro-brasileiras e africanas para o cotidiano da escola, não para atividades pontuais como o 13 de maio ou 0 20 de novembro.
As crianças, ao serem questionadas em sua espontaneidade sobre o que a África lhe remete, relatam sobre os animais selvagens (girafas, leões e elefantes) ou mesmo a fome e doenças. Ora, onde está a surpresa? Os próprios adultos, professor@s muitas vezes, trazem em sua subjetividade as mesmas concepções!
Ações individuais não fazem com que a História e a Cultura Afro-Brasileiras e Africanas passem a fazer parte do cotidiano da escola, mas é preciso que a temática chegue ao Projeto Político-Pedagógico das escolas e assim, passe a compor o planejamento e os planos de aula d@s professor@es.
Concepções distorcidas por parte d@s professor@s, existem! Falta de informações sobre a lei, as diretrizes curriculares para a educação das relações raciais, também! Assim como também falta um olhar sensível e educado para perceber que no ambiente escolar, mesmo nas classes de Educação Infantil, ocorrem inúmeras situações preconceito. Sim, por parte de professor@s e alun@s! Sim, as crianças também reproduzem o preconceito aprendido em seus lares, meios de comunicação e até mesmo nas "inocentes" histórias infantis onde tudo o que é branco é puro e belo, o que é escuro, representa o mal, o feio...
Enfim... é só a pontinha do iceberg...

Em breve, mais!

domingo, 1 de maio de 2011

Texto interessante para reflexão

Educação das relações raciais na escola: possibilidades no ensino de Educação Física:
http://nettosilverio.blogspot.com/2010/11/etnia-e-educacao-fisica.html

Lei 11.645/08

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 11.645, DE 10 MARÇO DE 2008.
Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o O art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
§ 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
§ 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.” (NR)
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 10 de março de 2008; 187o da Independência e 120o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Fernando Haddad

Lei 10.639/03

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003.
Mensagem de veto
Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes
e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a
obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida
dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e
particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
§ 1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o
estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra
brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do
povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.
§ 2º Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados
no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística
e de Literatura e História Brasileiras.
§ 3º (VETADO)"
"Art. 79-A. (VETADO)"
"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como 'Dia
Nacional da Consciência Negra'."
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 9 de janeiro de 2003; 182º da Independência
e 115º da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque

sábado, 29 de janeiro de 2011

Retomada do blog com gás total

Para retomar as atividades do blog, inicio com a seguinte pergunta: "Para você, o que seria Igualdade na Diversidade?"
Aguardo comentários com suas considerações...