A I
Conferência Municipal de Educação de Santo André, realizada nos dias 24, 25 e
26 de junho de 2013, trouxe a discussão feita por gestores da educação pública
municipal e estadual, profissionais da educação municipal e estadual,
estudantes, pais/mães de alunos, entidades assistenciais e sindicais da área de
educação e representantes de movimentos sociais ligados à educação e
diversidade. O evento vem ocorrendo em todos os municípios e a próxima etapa é
a conferência intermunicipal que, neste caso, será nos dias 01 e 02 de agosto,
no CENFORPE, em São Bernardo do Campo, reunindo as sete cidades do Grande ABC.
A
discussão pautou-se no documento referência com os seguintes eixos:
I –
O Plano Nacional de Educação e o Sistema Nacional de Educação: organização e
regulação;
II –
Educação e Diversidade: justiça social, inclusão e direitos humanos;
III
– Educação, Trabalho e Desenvolvimento Sustentável: cultura, ciência,
tecnologia, saúde, meio ambiente;
IV –
Qualidade da Educação: democratização do acesso, permanência, avaliação,
condições de participação e aprendizagem;
V –
Gestão Democrática, Participação Popular e Controle Social
VI –
Valorização dos Profissionais da Educação: formação, remuneração, carreira e
condições de trabalho;
VII
– Financiamento da Educação, Gestão, Transparência e Controle Social dos
Recursos.
Acompanhei
as discussões do Eixo 2, Educação e Diversidade: justiça social, inclusão e
direitos humanos. Os expositores foram: Dra. Ana Maria Stoppa (advogada e
escritora) que discorreu sobre a educação como direito social e apresentou
alguns dispositivos legais importantes para a reflexão, Profª Drª Rosangela
Gavioli Prieto (USP) que focou na abordagem da população-alvo da educação
inclusiva, a saber, pessoas com deficiência, transtorno global do desenvolvimento,
altas habilidades e superdotação e no cuidado necessário na análise e
interpretação do documento, e Rogério Diniz Junqueira (INEP) com uma fala
ácida, esclarecedora e pertinente, abordando o perigo de tornar a
“normalização” como um processo de “marginalização”, em relação ao gênero,
sexualidade, etnia, raça e outros aspectos.
O
documento contempla aspectos bastante significativos para subsidiar a
implementação das leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08, como a preocupação com uma
política educacional voltada para a diversidade levando à prática democrática a
“problematização sobre a construção da igualdade social e as desigualdades
existentes”, considerando o contexto das relações de poder que classifica e
hierarquiza os indivíduos, tornando desigualdade o que é diferença dos padrões
normativos.
Dentre
as proposições e estratégias, é importante destacar o papel e responsabilidades
dos entes federados (União, DF, Estados e Municípios) na implementação das
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e
para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, articulando o
Plano Nacional de Implementação dessas diretrizes com políticas e programas
educacionais, em parceria com os sistemas de ensino, os núcleos de estudos
afro-brasileiros, as instituições de ensino superior, organizações quilombolas
e do Movimento Negro. Há menções à produção de materiais pedagógicos, apoio
financeiro a pesquisas, ações afirmativas nos diferentes níveis e etapas do
ensino, inserção de conteúdos específicos no currículo escolar e avaliação mais
criteriosa de livros didáticos do PNLD (Programa Nacional do Livro Didático) e obras
do PNBE (Programa Nacional Biblioteca da Escola).
A etapa final é a Conferência Nacional de Educação, a CONAE 2014, que tem dentre suas metas, a construção de um sistema nacional de educação.
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